Estamos, ainda, num momento de muita preocupação com a pandemia e nosso foco agora tem que ser a prevenção, inclusive com muitas restrições aos eventos e até atividades turísticas.
Mas também o verão nos mostra o quanto a nossa região depende do turismo e que temos que nos preparar melhor para esta atividade econômica, considerada uma das maiores geradoras de empregos no mundo.
Para se ter uma ideia, um estudo da Confederação Nacional de Serviços (CNS) revela que um investimento de 600 milhões de dólares na indústria automobilística gera 1.500 postos de trabalho. O mesmo valor aplicado no turismo cria mais de 10 mil postos ao longo de um ano.
O Brasil, antes da pandemia, costumava receber perto de 6 milhões de turistas estrangeiros/ano, o que nos deixa perto da 39º posição no ranking mundial, segundo a Organização Mundial do Turismo.
A China, 1ª colocada, recebe mais de 82 milhões e a França, 2º colocada, tem uma média de 79,2 milhões. Somente a Torre Eiffel, em Paris, recebe cerca de 7 milhões de visitantes por ano, mais do que todo o nosso país.
O Brasil, considerado a sétima economia mundial, tem apenas 0,5% dos mais de 940 milhões de turistas internacionais do mundo. Temos um déficit no turismo de mais de 10,5 milhões de dólares, equivalente a 5% das exportações brasileiras.
Antes da pandemia, apenas o Estado de São Paulo contribuía com R$ 12 bilhões/ano para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, sendo que o peso do turismo no PIB nacional girava em torno de R$ 30 bilhões.
Estes números mostram que poderíamos criar muito mais empregos e riqueza no Brasil se tivéssemos um olhar mais consciente e profissional para a indústria do turismo.
O desempenho melhor do Estado de São Paulo é fruto, também, de ser o único estado a ter uma parte de sua receita constitucionalmente destinada ao setor, a popular verba Dade, obrigatoriamente direcionada a investimentos nas estâncias turísticas e nos municípios de interesse turístico.
É preciso um mecanismo nacional que beneficie todos os estados. Assim poderíamos investir em capacitação das pessoas que trabalham com turismo, em aprimoramento dos destinos e também maciços investimentos em divulgação, incentivando o turismo nacional e também o internacional.
Não podemos aceitar milhares de desempregados no Litoral de São Paulo, por exemplo, sabendo que o turismo poderia, sim, absorver este contingente ávido por dignidade e melhores condições sociais.