Comissão em Brasília debaterá o serviço de travessia de balsas e lanchas da Baixada Santista
Nesta terça- feira (25), em Brasília, vou presidir uma audiência pública no Congresso, sobre o sistema de travessia de balsas e lanchas em nossa região. O serviço é mantido pela Dersa, empresa estatal paulista, responsável pelas travessias aquáticas no estado de São Paulo. Queremos saber porque o serviço de balsas e lanchas, entre Santos e Guarujá, a cada dia fica pior.
Vamos falar também sobre as travessias operadas pela DERSA em Bertioga, São Sebastião, Ilhabela, Ilha Comprida e Iguape, alvos de frequentes reclamações. A audiência pública vai acontecer na Comissão de Viação e Transportes. Estão convidados oficialmente o presidente da Dersa, Milton Persoli, o governador João Dória e os prefeitos de Santos e Guarujá.
Na semana passada, conversei com motoristas na fila da balsa, em Santos. Eles me disseram que a espera para atravessar o canal de navegação pode levar até uma hora e meia nos dois lados. Também fui bem cedo, até a Estação de Barcas, em Vicente de Carvalho, no Guarujá. Mais de 14 mil pessoas passam diariamente por lá! Embarquei na lancha que saiu atrasada, e no meio do aperto da barca lotada, ouvi muitas reclamações.
Os passageiros se queixaram da tarifa alta em comparação ao serviço prestado. A Dersa recebe diariamente em dinheiro vivo, mas não consegue atender a população com eficiência. Ouvi também denúncias e reclamações sobre o estado de conservação das embarcações, superlotação, precariedade de equipamentos de segurança para embarque de pessoas com deficiência e até das baratas que se tornaram companheiras de viagem nas travessias.
Os atrasos que fazem muitos usuários terem os salários descontados por falta de pontualidade, também foram questionados. O governador João Dória anunciou que pretende privatizar o sistema de travessias aquáticas no estado. Temos de saber sobre esses planos e o quanto isso pode demorar.
Há poucos dias, os planos para a construção da ponte Santos–Guarujá, anunciada pelo Governo de São Paulo e Ecovias, retrocederam. A ponte seria construída a partir do final deste ano, próximo à entrada de Santos, mas a Companhia Docas do Estado de São Paulo, entrou na conversa com o argumento de que a obra pode comprometer a navegação no canal do porto.
A Codesp defende a construção de um túnel. Enquanto não sai nem ponte nem túnel, precisamos de um serviço de balsas e lanchas decente. Precisamos que a travessia funcione e atenda as necessidades e expectativas da população. Quando isso vai acontecer? Espero que o presidente da Dersa possa nos explicar.