A deputada federal Rosana Valle (PSB) propôs a criação de uma agenda pró-recuperação da indústria no Brasil, afetada pela crise da pandemia, como forma de retomar a geração de empregos e evitar a extinção de elos importantes da cadeia produtiva.
Em reunião com o executivo da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), André Passos Cordeiro, a deputada foi informada que danos a setores essenciais, como o farmacêutico, por exemplo, geraram problemas graves, como a incapacidade de produção, no Brasil, do IFA, o insumo para a fabricação da vacina contra a Covid-19.
“A falta de uma política de apoio ao setor produtivo industrial pode ter consequências dramáticas no desenvolvimento do País, além da perda de milhares de empregos nos próximos meses, caso nada seja feito”, alertou a deputada, que pretende envolver o Congresso na criação desta agenda. Pedido nesse sentido também foi encaminhado ao ministro da Economia, Paulo Guedes.
O setor químico, por exemplo, terá quatro anos para se adaptar à redução gradual, até a extinção, do Regime Especial da Indústria Química, o REIQ, conforme os ajustes aprovados na Medida Provisória 1034.
O REIQ desonera alíquotas do PIS e Cofins na compra de matérias-primas básicas petroquímicas de primeira a segunda gerações.
Se o fim deste incentivo fosse aprovado agora representaria o corte de 85 mil empregos na indústria química brasileira, além de retração do Produto Interno Bruto do País e uma perda na arrecadação, pelo Governo, da ordem de R$ 3 bilhões/ ano, informou André Passos Cordeiro.
"Daí a importância de buscarmos novos incentivos, pois nunca o País precisou tanto da indústria química para a fabricação de medicamentos, insumos, máscaras, produtos de higiene pessoal, entre outros, que são essenciais no combate e prevenção à Covid-19", disse a deputada.
Apoio aos trabalhadores
A deputada manteve reunião com a Abiquim e também com o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Química da Região do ABCD, que reúne os empregados de 10% do setor no Brasil, sendo que o Estado de São Paulo responde por 47% do segmento nacional.
“Fui procurada por trabalhadores do setor, que temem a perda de milhares de empregos e vou me empenhar na defesa desta importante categoria”, afirmou a parlamentar após reunião com o presidente do Sindicato dos Químicos do ABCD, André Suzart, acompanhado do diretor Joel Santana.
Para Rosana, a hora é de defender quem produz e quem emprega no Brasil: “A agenda proposta visa criar condições e instrumentos legais e de incentivos para que a indústria possa reagir e sobreviver”,
A deputada lembra que é preciso agir rápido: “Isso para que o setor possa ter a chance de buscar uma retomada produtiva. Há também o risco de perda de competitividade, obrigando o Brasil a importar insumos e bens, gerando empregos em outros países e ceifando postos de trabalho em território nacional”, alertou.