A exigência de que os beneficiários do INSS façam, como sempre, prova de vida, até o fim do ano, começa a provocar correria e sofrimento aos aposentados e pensionistas idosos.
Os que estão internados em instituições de repouso ou imobilizados em casa, por conta de doenças, são obrigados a conseguir quem os leve até as agências bancárias ou então nomear procuradores, num processo burocrático, que pode incluir a contratação de advogados.
Os idosos carentes, em sua maioria, também não têm condições de recorrer a aplicativos ou de contratar advogados e obter laudos e documentos que os desobriguem de comparecer às agências bancárias para fazer a prova de vida e não perderem os benefícios e aposentadorias.
O INSS, depois de várias prorrogações, manteve o prazo até o final do ano para que todos provem que estão vivos.
A deputada federal Rosana Valle, procurada por idosos nestas condições, que precisam provar que estão vivos para receber o que têm direito, enviou ofício ao presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Leonardo José Rolim Guimarães, pedindo nova prorrogação dos prazos, por pelo menos mais dois meses, para que parentes e responsáveis por estes idosos possam se preparar para levá-los às agências ou providenciem as procurações que os desobriguem de comparecer aos bancos.
A situação está realmente difícil para os idosos. Muitos bancos na região informam que os idosos devem sim comparecer às agências, caso não tenham nomeado procuradores. E pedem laudos médicos e outros documentos para agendar a possível prova de vida domiciliar, que muitos beneficiários não conseguiram ver realizada até agora.
Para facilitar a vida dos beneficiários, que dependem destes pagamentos para sobreviver, Rosana Valle também oficiou ao ministro da Economia, Paulo Roberto Nunes Guedes, para que acione o Banco Central para determinar aos bancos um atendimento especializado aos idosos, com a designação de funcionários para orientá-los, da mesma forma a seus parentes envolvidos nesta corrida que agora se estabeleceu, com prazo até o final do ano para que sejam feitas todas as provas de vida.
“O INSS e os bancos precisam ser mais tolerantes com aqueles que contribuíram toda uma vida e que agora têm dificuldades de locomoção e de conseguir documentos e até advogados para estabelecer procurações. Por isso, além de prorrogação dos prazos, sobretudo agora com o possível recrudescimento da pandemia, é preciso preparar melhor os bancos para que promovam um atendimento humanizado e respeitoso que os idosos merecem”, disse a parlamentar, lembrando que as agências já estão com os horários restritos pela pandemia, o que obriga os idosos a esperar em pé em longas filas.