A deputada federal Rosana Valle (PSB) enviou requerimento à ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, pedindo a inclusão dos comunidades indígenas e quilombolas do Vale do Ribeira e Litoral Paulista no programa do Governo Federal que investirá R$ 4,7 bilhões no envio de mantimentos e ajuda, neste momento em que estas populações tradicionais enfrentam dificuldades para sobreviver por conta da pandemia do novo coronavírus.
Nas comunidades indígenas e quilombolas, mais de 6 mil pessoas vivem em pontos isolados no Vale do Ribeira, litorais Sul e Norte de São Paulo. A deputada, que atuou como jornalista 25 anos na região e esteve em vários quilombos e aldeias indígenas, pede que a ministra destine gêneros para estas populações, que dependem de pequenas roças de subsistência e do extrativismo.
“O programa promoverá ações de prevenção e atendimento à saúde, o envio de cestas básicas, kits de higiene e reforço alimentar, além da transferência de renda. É uma ajuda importante para estas populações isoladas, muitas vezes esquecidas, e que têm grande significado na nossa história”, disse Rosana Valle.
A parlamentar lembrou que, apenas no Vale do Ribeira, são dez aldeias indígenas Guarany, remanescentes dos subgrupos Mbyá e Ñandeva, com mais de 450 índios. No Litoral Sul e Norte do Estado há aldeias em Itanhaém, Peruíbe, Mongaguá, São Vicente, São Sebastião e Ubatuba, que reúnem mais de 600 membros.
Já as comunidades quilombolas são 57, sendo 32 reconhecidas e as demais em diferentes fases dos processos de titulação, reconhecimento e com estudos antropológicos em andamento. Há quilombos em Eldorado, Jacupiranga, Registro, Iporanga, Itaóca, Cananeia, Iguape, Barra do Turvo, Barra do Chapéu, além de Ubatuba e cidades do Interior do Estado, como Itapeva, Itatiba, entre outras. Cada quilombo tem pelo menos 100 habitantes. A economia destas comunidades é baseada, principalmente, em agricultura sustentável. Eles plantam arroz, feijão, pupunha, banana, mandioca e pescam para comer.