Quando assistimos a chegada e saída dos navios de cruzeiros na Ponta da Praia, em Santos, muita gente não imagina quanto esta atividade turística representa para a nossa região e para o País. Além dos navios movimentarem o setor de comércio e serviços, como restaurantes, bares e lojas, também gera empregos junto aos fornecedores de alimentos e, por consequência na agricultura e na indústria.
O turismo é uma das atividades que mais geram empregos no Brasil e no mundo. Os navios também empregam profissionais do mundo do entretenimento, como artistas, músicos, entre tantos outros. E este setor do turismo marítimo foi completamente paralisado desde o começo da pandemia, com reflexos diretos nas cidades costeiras e em todo o País.
Por isso, marquei uma videoconferência com representantes dos ministérios da Infraestrutura, Saúde e Turismo, além do presidente da Embratur, Gilson Machado, e executivos das agências de navegação e operadores do setor. Também participaram os conselhos de secretários de saúde dos estados e dos municípios brasileiros.
Nesta reunião, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aceitou avaliar proposta de protocolo sanitário para decidir se autoriza a retomada de cruzeiros marítimos na costa brasileira.
O CEO da MSC Cruzeiros, Onorato Gianni, enumerou dezenas de providências já adotadas nos cruzeiros que voltaram a operar há um mês no Mar Meditarrâneo, e que podem ser adaptadas para a costa brasileira com o objetivo de garantir segurança aos passageiros, tripulantes e moradores das cidades visitadas.
O documento será recebido pela Anvisa para avaliação, informou a gerente da agência, Karen Aquino Noffs, que lembrou da necessidade de serem adotados muitos cuidados caso a retomada seja autorizada. A gerente ressaltou que, até o momento, não é favorável à retomada dos cruzeiros.
Mas fiquei satisfeita por que foram dados os primeiros passos para o estabelecimento de um protocolo brasileiro em busca de segurança para a retomada dos cruzeiros marítimos. Assim como o comércio, os hotéis e as viagens aéreas já vivem um momento de retomada cautelosa, o setor de cruzeiros marítimos também tem o direito de se preparar.
Os participantes deste encontro defenderam a busca de um consenso sobre o assunto. É o que buscamos neste momento, junto com representantes do setor turístico da região, empresários e autoridades sanitárias que se manifestaram sob a mediação do secretário Nacional de Portos e Transportes Aquaviários do Ministério da Infraestrutura, Diogo Piloni e Silva.