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Quilombos no Ribeira precisam de atenção

Muita gente não sabe que há quilombos no Estado de São Paulo. Muitos destes núcleos, onde vivem comunidades descendentes de escravos, estão no Vale do Ribeira. Para se ter uma ideia, apenas no Vale existem pelo menos 17 quilombos registrados, cujos habitantes ainda lutam pelo direito de viver nas terras dos seus ancestrais.

Na minha atuação como jornalista, estive em vários quilombos no Vale do Ribeira. Hoje, sempre considero estas comunidades nas minhas ações, com prioridade para eles serem vacinados e mesmo investimentos em educação, acessos e atenção social.

O que tem me incomodado é a falta de conexão com a internet onde vivem estas pessoas, cujas novas gerações, sobretudo, ficam privadas de interagir com o mundo virtual.

Dentre os quilombos registrados pelos ativistas e especialistas, há alguns mais próximos das cidades, como o Maria Rosa, em Eldorado, mas a maioria têm problemas de comunicação. O acesso à internet e à telefonia celular é, via de regra, inexistente.

Há muitos quilombos em Eldorado, como é o caso do Pedro Cubas, situado no quilômetro 96 da Estrada Eldorado/Iporanga (SP-163), depois de atravessar de balsa o Rio Ribeira de Iguape.

Pedro Cubas é formado por 59 famílias, totalizando 222 pessoas. Quase metade dessa população tem até 15 anos. Por volta de 10% têm mais de 60 anos.

A roça, realizada de modo tradicional, é a principal atividade de subsistência dessas famílias. Nela se planta macaxeira, feijão, milho, abóbora, pepino, taioba, banana, batata roxa, cará, inhame e cana de açúcar. O artesanato, principalmente bijuterias de semente, é uma atividade complementar de renda.

Temos no Vale o Quilombo de Bombas, acessado por uma trilha que corta morros cobertos de Mata Atlântica. O núcleo fica no Km 6 da Rodovia Antonio Honório da Silva, mais conhecida como Estrada Iporanga/Apiaí, no município de Iporanga-SP. Vivem em Bombas 21 famílias, com cerca de 90 pessoas.

Os quilombos foram formados por escravos expulsos das fazendas onde trabalhavam. O Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp) realizou trabalhos documentais para o reconhecimento destas comunidades como quilombos.

Há, ainda, os quilombos do Cangume, em Itaoca, formado em 1870 por antigos soldados que lutaram na Guerra do Paraguai; do Galvão, com parte em Eldorado e parte em Iporanga; do Ivaporunduva, do São Pedro; do Sapatu e André Lopes, todos em Eldorado; do Mandira, em Cananéia: do Morro Seco, em Iguape: do Porto Velho, em Itaoca, entre outros.

Estes núcleos são parte do nosso patrimônio histórico e cultural e merecem atenção especial das autoridades.

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