Temos agora uma oportunidade de reativar o antigo ramal ferroviário Cajati-Santos, que chegou a funcionar por meio século entre a Baixada Santista e o Vale do Ribeira.
O ramal foi depois abandonado, sofrendo invasões em seus 198 quilômetros de extensão, o que provocou enorme prejuízo.
Tudo reflexo do descaso histórico das autoridades brasileiras para com os trens. Viramos um País rodoviário. Mas poderíamos ser, também, um Brasil com muitas linhas ferroviárias ativas, seja de carga ou passageiros.
Foi realmente um escândalo o sucateamento deste ramal ferroviário.
Agora, temos que aproveitar que o Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a retomar o projeto da Malha Ferroviária Paulista.
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, já assinou com a Rumo Logística esta grande tarefa, que vai demandar investimentos de R$ 6 bilhões para reativar este importante setor para o escoamento da produção agrícola no País.
A empresa Rumo, que ampliará a Malha Paulista, que ligará o Porto de Santos ao Centro-Oeste do Brasil, passando por Mato Grosso e Goiás, já se manifestou anteriormente sobre as dificuldades do aproveitamento do ramal Cajati-Santos.
Mas eu insisto na retomada do trecho com outro tipo de trens. É possível retomar com trens de passageiros, tipo Veículo Leve sobre Trilhos, VLTs, ligando o Vale à Baixada, o que ativaria o turismo, gerando empregos e renda.
Já cobrei uma ação nesse sentido do próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, e do próprio ministro Tarcísio. O presidente Jair Bolsonaro, que cresceu em Eldorado, na Vale do Ribeira, sabe da importância dos trens para o Vale, tanto para o turismo como para o setor agrícola.
Vejo muitas vantagens na volta dos trens. Um trem de cargas com 100 vagões consegue transportar o equivalente a 357 caminhões, reduzindo o trânsito nas estradas e proporcionando uma economia para o País.
A Malha Ferroviária Paulista, quando concluída, representará uma redução do frete de no mínimo 10%, com vantagens para todos. Para o Vale, o ramal Cajati-Santos também representará um incentivo à agricultura da região.
Por isso, devemos nos unir para envolver as autoridades nesta imensa e importante tarefa. O caminho dos trens está lá. Suas histórias muitas gerações conheceram.
Temos obrigação de deixar para as novas gerações, nossos filhos e netos, esta importante opção de transporte e desenvolvimento. Afinal, como dizem os mineiros, este “trem é danado de bão”.