Cada um de nós tem, neste domingo, uma oportunidade para buscar uma mudança para melhor, uma transformação, que é o grande significado da Páscoa, que simboliza a passagem para uma vida nova.
Vivemos no Brasil e no mundo um longo período de sofrimento causado pela pandemia, que matou perto de 3 milhões de pessoas no Planeta, sendo mais de 320 mil no Brasil.
Mas nosso sofrimento, como se não bastasse o vírus, é causado também pelo endurecimento dos nossos corações, pela falta de solidariedade e pela intransigência e beligerância do nosso temperamento.
Às vezes me pergunto se a internet e as redes sociais, além dos benefícios que trouxeram, também não foram responsáveis por estimular ou nos revelar o ódio, a intransigência e a falta de entendimento, que também caracterizam estes nossos tempos difíceis.
Mas tenho certeza que a grande maioria dos seres humanos quer a paz, o entendimento e a justiça social. É certo que muitas conquistas chegam pela indignação, pelo protesto.
Mas estas conquistas se solidificam e permanecem somente quando há a busca do consenso, quando prevalece a vontade de unir e de acertar acima do desejo de agredir e se vingar.
Jesus Cristo deu este exemplo de amor e se sacrificou na cruz por nós. Foi crucificado, morto e ressuscitou ao terceiro dia. Neste domingo, celebramos a mensagem deste recomeço, desta vida nova baseada no amor, no perdão e na solidariedade.
Tenho assistido diariamente a prova dos bons sentimentos da humanidade, com as inúmeras iniciativas de ajuda ao próximo realizadas na nossa região.
Desde ações individuais entre vizinhos a providências mais organizadas de lideranças, de empresas e mesmo de governantes, de diferentes siglas. Isso sem falar nas campanhas feitas por pessoas de todos os tipos de credos, de comunidades religiosas, que além de pregar, praticam a sua fé.
São ações para ajudar os que perderam os meios de ganhar o pão de cada dia.
Só para se ter uma ideia, com a suspensão das feiras-livres, por exemplo, nesta semana que passou, muita gente deixou de ganhar uma diária para ajudar na montagem e desmontagem das barracas, sem falar nos que não puderam pegar as sobras que caem no chão após o fim das feiras. Há um batalhão de catadores destes restos, que alimentam os que não têm emprego.
As ações solidárias dos anônimos continuam e serão ampliadas, como tenho comprovado diariamente. Assim peço a todos que façam a reflexão proposta pela Páscoa, que desta vez tem ainda mais reforçado seu sentido profundo. E peço e agradeço a Deus por estar conosco nestes tempos difíceis.