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Não podemos mais perder tempo

Esta pandemia da Covid-19 escancarou muitos problemas do Brasil. Mas, por se tratar da maior crise sanitária do planeta, nos mostrou que não podemos mais esperar para enfrentar a falta de saneamento básico no nosso País.

Vamos direto ao ponto: mais de 35 milhões de brasileiros, o equivalente à metade da população da França ou toda a população do Canadá, não têm água tratada.

Além disso, muitos brasileiros que têm rede de abastecimento conectada, quando abrem as torneiras, a água não jorra 24 horas por dia, mas apenas em alguns momentos durante a semana.

Mas de 100 milhões de brasileiros, a metade da população, não têm esgoto.

As cidades mais afetadas pela Covid-19 são exatamente as que não têm sistema de esgoto implantado, como Manaus, Grande Recife, Fortaleza, Belém do Pará. São Paulo, apesar de ter um sistema melhor, ainda não levou este serviço a toda população, que vive muita adensada nas enormes periferias da sua região metropolitana.

Isso é uma tragédia em termos de saúde pública. No século 21 temos indicadores do século 19.

Para resolver a crise do saneamento (água e esgoto), precisaremos de investimentos da ordem de R$ 25 bilhões por ano durante 20 anos, segundo dados informados por Édson Carlos, presidente da Trata Brasil.

Hoje avançamos apenas 1% ao ano nesse setor. Precisamos garantir a entrada do capital privado neste segmento para sair desta marcha lenta. Hoje, só 6% dos municípios têm atuação privada nestes serviços. É muito pouco.

O setor privado quer entrar no negócio, mas enfrenta barreiras. A esperança é o novo Marco Legal do Saneamento Básico (PL 4.162/19).

Diante de problemas e desafios como este, como o do saneamento básico, não podemos mais perder tempo com picuinhas e debates menores centrados apenas na política partidária.

Precisamos de menos reuniões intermináveis e mais decisões rápidas.

A realidade do Brasil nos convoca para uma agenda maior, mais objetiva. Não podemos mais perder tempo..

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