Há problemas que as autoridades só lembram quando acontecem. É o caso, por exemplo, da falta de água em Guarujá.
Não podemos aceitar que uma cidade importante como Guarujá, com 323 mil habitantes, além dos turistas que a visitam o ano inteiro, passe por crises de abastecimento provocadas pela inexistência de um sistema de armazenamento do líquido.
Os mananciais dos rios Jurubatuba e Jurubatuba-Mirim não têm mais capacidade em prover a população. Os dois rios que abastecem Guarujá dependem das chuvas na região de Taiçupeba, que fica perto de Mogi das Cruzes.
O sistema integrado de abastecimento, que socorre as demais cidades em tempos de estiagem, não está conseguindo suprir as necessidades de Guarujá.
Santos e São Vicente contam com o reservatório do Voturuá, o maior cravado na rocha, da América do Sul, que já existe há 35 anos; Cubatão tem o sistema Pilões, e Praia Grande, o Melvi. Mas Guarujá há anos espera uma solução definitiva para o problema da falta de água, sem resultados práticos.
Vou reforçar o pedido que fiz ao governador do Estado de São Paulo, João Doria, e à Sabesp, cobrando informações sobre os prazos, custos e detalhes técnicos e também dificuldades para a construção de um reservatório de água para evitar o problema de falta de água em Guarujá.
Recebo com frequência reclamações de moradores do Guarujá e quero saber, em detalhes, que providências a Sabesp tomará para enfrentar o problema.
Temos que dar uma resposta objetiva à população. Peço à Sabesp e ao Governo do Estado de São Paulo, acionista majoritário da empresa, que nos relatem a situação atual e nos mostrem no que podemos ajudar para resolver o problema.
Não é possível a Sabesp, que é uma das maiores empresas de saneamento do mundo, com ações na Bolsa de Valores, não ter uma solução para um dos mais antigos e famosos destinos turísticos do País, onde fica parte do maior porto da América do Sul e que tem uma população reconhecidamente trabalhadora.
Precisamos lembrar que a Prefeitura cobra da Sabesp a implantação do reservatório na antiga Cava da Pedreira, medida indicada pela estatal como a solução definitiva para o problema, uma vez que garantiria a capacidade de armazenamento de 3 bilhões de litros de água. O uso da cava dependeria de licença ambiental.
Pedi também ao Governo Federal informações sobre a disponibilidade de cavas de mineradoras desativadas para abrigar o reservatório. Não podemos mais é conviver com a falta de investimentos há décadas, como tem reclamado, com muita razão, o prefeito Válter Suman.
A Sabesp renovou, ano passado, contrato de prestação de serviços com Guarujá pelos próximos 30 anos, prometendo um investimento de R$ 780 milhões. Vamos cobrar.