Notícias

- 2 min para ler

Mulheres na política

Nestas eleições municipais ficou claro que as mulheres ainda têm muito que avançar na conquista de espaço na vida política do País. As mulheres são apenas 12% dos prefeitos eleitos este ano, um crescimento baixo, levando-se em conta que 11,6% foram eleitas prefeitas em 2016.

O desempenho melhorou para as candidatas a vereadora. As mulheres ocupam agora 16% das vagas nos legislativos municipais do País, contra 13,5% em 2016. Mas também é pouco.

Não se trata somente de eleger mais mulheres para os cargos de prefeitas e vereadoras. Fica claro que a não eleição de um número expressivo de mulheres nas prefeituras e Câmaras municipais do Brasil representa um sintoma de um problema mais profundo.

No Brasil, 52,5% dos eleitores são mulheres. No Congresso somente 15% das cadeiras são ocupadas pelo sexo feminino.

Este desempenho é reflexo, primeiro, da falta de participação das mulheres nos cargos de comando dos partidos brasileiros, tanto em nível nacional, como estadual e municipal.

Os partidos são quase todos comandados por homens, que, quando chegam perto das eleições, correm atrás de mulheres para preencher a cota mínima exigida pela legislação eleitoral. Este ano tiveram que aprender às pressas a destinar recursos do fundo, como manda a lei, para as candidatas mulheres.

Sabendo deste problema, apresentei projeto e iniciei uma luta, de abrangência nacional, para que as mulheres tenham, de fato, espaço nos cargos de direção das executivas dos partidos. Que ocupem pelo menos 30% destes postos de comando. No Legislativo, já há um movimento para que as mulheres tenham, de fato, mais postos garantidos, e não apenas contem com a cota de 30% quando candidatas.

No entanto, mais importante ainda que este sério problema, é a falta de estímulo para que as mulheres participem da vida política, o que acaba provocando enorme desinteresse.

E enfrentar este desafio requer tempo e um trabalho constante, que envolve uma ação consistente de educação para a vida pública, com a preocupação em informar sobre o papel do executivo, do legislativo, do judiciário e de todas as instituições, inclusive a imprensa.

A maioria dos brasileiros, homens e mulheres, desconhece as áreas de competência das autoridades. Não sabe o que cabe ao Governo do Estado, às prefeituras e ao Governo Federal.

Quando as pessoas assistem aos telejornais, por exemplo, muitas vezes desistem de entender quando se deparam com expressões como “marco regulatório”; “ente federativo”; “processo licitatório”; “editais de concessão”; “obstrução legislativa”; “Selic” entre outras.

Os termos técnicos, jurídicos, econômicos e burocráticos acabam afastando o cidadão comum do entendimento dos processos políticos e administrativos que tratam da vida pública da Nação.

É claro que muitos destes termos são inevitáveis entre os que lidam com este universo específico. Mas para que a população aumente sua participação, eles precisam ser devidamente “traduzidos” para uma linguagem mais simples, de modo que todos possam entender e assim, aos poucos, começar a se interessar e participar do debate nacional.

De minha parte tenho realizado palestras em muitas cidades da região, e até na Capital do Estado, para incentivar as mulheres a participar da política e também a enfrentar problemas históricos, como a discriminação, a violência doméstica e a baixa autoestima.

São as chamadas palestras de incentivo às mulheres, muito gratificantes, e que já começam a dar frutos. Assim teremos mais mulheres na vida pública e, com certeza, um mundo melhor.

Posts recentes

Recuperação do Cais do Valongo, uma história de outros carnavais.

É Carnaval, mas tenho de me manifestar sobre a reportagem...

Ler mais

Em outubro de 2018, a jornalista Rosana Valle tinha 88.821 seguidores no Facebook.

Em outubro de 2018, às vésperas das eleições no Brasil...

Ler mais

Somos os sacrificados!

Não sou contra a Reforma da Previdência Apenas não aceito...

Ler mais