Por que a Alemanha, mesmo com muitos casos de coronavírus, tem poucas mortes? Na tentativa de entender o que acontece lá, apurei que uma das hipóteses pode ser a estratégia de testar o maior número possível de pessoas, o que ajuda as autoridades na detecção dos pacientes assintomáticos, ou seja, daqueles que têm o vírus, mas não ficaram doentes.
Ao isolar os assintomáticos identificados, a Alemanha tem conseguido reduzir a propagação do vírus e assim conter a contaminação dos mais vulneráveis. Segundo os especialistas, essas pessoas sem sintomas seriam responsáveis por dois terços das infecções da doença.
E esta busca pelos assintomáticos só tem sido possível graças à realização de 160 mil testes por semana, informa o Instituto Robert Koch.
O pesquisador Christian Drosten, do hospital universitário Charité, da Universidade Humboldt e da Universidade Livre de Berlim, defende a testagem em massa: “Acredito que a Alemanha reconheceu a epidemia muito cedo. Estamos duas ou três semanas à frente dos nossos vizinhos. E fizemos isso graças ao número alto de diagnósticos e testes”, explicou Christian Drosten. “Estamos vendo cada vez mais casos na Alemanha, como era o esperado. Mas estamos registrando menos mortes do que em outros países”, concluiu.
Diante desta possibilidade, não tive dúvidas. Pedi ao Ministério da Saúde o envio de 100 mil kits de teste para o diagnóstico do coronavírus para a Baixada Santista e Vale do Ribeira.
Soube que a Petrobras está disponibilizando 600 mil kits que fazem diagnóstico rápido (15 minutos). Estes kits são importados dos Estados Unidos e serão doados 400 mil para o Ministério da Saúde e 200 mil para o Estado do Rio de Janeiro.
A falta de testes para diagnosticar o coronavírus tem sido motivo de tensão na população do Brasil e também na Baixada e no Vale. Embora algumas autoridades de saúde recomendem, oficialmente, testes apenas aos casos mais suspeitos e em pessoas do chamado grupo de risco, há especialistas que defendem que os testes podem identificar e priorizar aqueles que devem ir para o isolamento hospitalar.
Países que apresentaram o melhor desempenho no combate ao vírus são justamente aqueles que fizeram testes em grande escala, de forma que puderam isolar os contaminados e, consequentemente, o coronavírus.
Temos visto na Imprensa que autoridades de várias esferas têm sido submetidas a testes ante a revelação de que tiveram contato com possíveis contaminados. A mesma disponibilidade de testes não tem sido observada para com pessoas comuns que também relatam suspeitas.
Na região tenho recebido muitas reclamações de pessoas que querem fazer o teste e não conseguem. As unidades de saúde informam que não há testes para todos os que solicitam.
Assim, pedi ao Ministério da Saúde e à Secretaria de Saúde do Estado um aumento na quantidade de testes para nossa região, considerada estratégica na prevenção ao coronavírus por abrigar o maior Porto da América do Sul e por ser cortada pela BR-116, que nos liga ao Sul do País.
Que pelo menos 100 mil destes 600 mil kits doados pela Petrobras, que tem refinaria na região, sejam destinados para nossa rede de saúde. Vai nos ajudar, com certeza!