A cada ano, um milhão de mulheres no mundo recebem o diagnóstico de câncer de mama.
Minha mãe foi uma delas.
Dona Alice travou uma longa batalha contra a doença.
Mastectomia, tratamentos quimioterápicos, incertezas.
Ela reagiu, perseverou, foi guerreira, mas, enfim, foi vencida pela doença implacável.
Era o ano de 1999, e eu estava ao lado de minha mãe quando ela partiu.
Neste mesmo ano, Gilze Francisco, uma enfermeira santista de 38 anos, recebeu o frio diagnóstico: “Você foi acometida por um câncer de mama agressivo”.
Mesmo impactada pela notícia, Gilze não se abateu. Encheu-se de esperança e foi à luta!
Passou por uma mastectomia radical, sessões intermináveis de quimioterapia, e durante o tratamento, fundou um site!
Isso mesmo, um site para ajudar e motivar as mulheres a lutarem contra a neoplasia mamária, enfrentando a doença com perseverança e otimismo.
Após dois anos de tratamento, Gilze venceu o câncer de mama, e tornou-se uma auto defensora da causa.
Aquele site educativo e motivacional cresceu e se aperfeiçoou.
E, em 2001, se transformou numa das maiores iniciativas que eu já conheci em benefício da saúde das mulheres: o Instituto Neo Mama de Prevenção e Combate ao Câncer de Mama.
O Neo Mama foi fundado em Santos, que, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é a cidade com o maior percentual de mulheres com o câncer de mama no Brasil.
Como repórter, tive a oportunidade de acompanhar a evolução e o extraordinário trabalho de Gilze Francisco, e do Instituto Neo Mama.
O instituto, sem fins lucrativos, já atendeu gratuitamente mais de três mil mulheres, e acompanha uma média de duzentas por mês.
As duas unidades do Neo Mama proporcionam acompanhamento para o tratamento da doença, apoio para reabilitação e recuperação total das mulheres. Além de orientação para familiares diretos e cuidadores.
São quase 30 programas de reabilitação à disposição das mulheres: de tratamento de onco laserterapia, banco de próteses e perucas, até psicólogos, fisioterapeutas e aulas de canoa havaiana!
Em 2007, o Instituto Neo Mama trouxe para o Brasil o Outubro Rosa, um movimento popular mundial de conscientização mundial do câncer de mama.
Gilze Francisco é hoje uma referência nacional no assunto, apresenta palestras motivacionais pelo Brasil e participa de entrevistas para veículos de comunicação.
Por conta desse trabalho, ela foi reconhecida pela Iniciativa Global de Conscientização sobre o Câncer de Mama, uma respeitada instituição norte-americana.
Como prêmio, Gilze e os voluntários do Neo Mama receberam treinamento especializado durante dois anos no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
Foi por isso que não hesitei em indicar o Instituto Neo Mama para o Prêmio Dr. Pinotti, uma premiação nacional que reconhece o trabalho de entidades que realizam ações em benefício da saúde das mulheres no Brasil.
Cada deputado federal pode indicar uma instituição da sua região.
No dia 9 de abril, uma comissão escolherá cinco entidades brasileiras, que serão homenageadas em uma cerimônia no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília.
Penso que o Instituto Neo Mama é merecedor desse prêmio.
Penso, também, nas milhares de mulheres que, como a minha mãe, enfrentaram e enfrentam esta doença.
E que hoje encontram apoio e solidariedade para superar desafios e, enfim, vencer o câncer de mama.
Longa vida ao Instituto Neo Mama!
Vocês merecem o nosso respeito, e o nosso aplauso!