Como presidente da Frente Parlamentar para o Futuro do Porto de Santos na Câmara Federal, tenho a obrigação de informar a população regional sobre todos os fatos importantes que se referem ao nosso porto e que refletem, necessariamente, na vida dos habitantes da Baixada, Litoral e Vale do Ribeira.
Mesmo que muita gente não trabalhe diretamente no Porto, todos temos uma relação indireta com o que acontece neste complexo, que é o maior da América do Sul e responde por mais de 30% do comércio exterior do Brasil. Assim, o Porto é tema relevante para Santos, Guarujá, Cubatão – cidades que recebem navios -, como também para toda a população regional e do País.
Daí a importância de estarmos informados sobre o andamento das discussões sobre a ligação seca entre Santos e Guarujá. Afinal, trata-se de uma necessidade discutida há mais de 90 anos e que agora está mais perto de ocorrer, apesar das dificuldades e complexidades do tema.
Se ponte ou túnel, o que importa é que temos que considerar todas as variáveis, aspectos negativos e positivos de cada uma das opções, para que possamos evitar problemas mais sérios no futuro. E um risco que não podemos correr é o de prejudicarmos a continuidade das operações e também a expansão das atividades do Porto.
Para que tenhamos uma ideia do que isso representa, estão previstos R$ 10 bilhões em investimentos para os próximos dez anos com a implantação do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto de Santos.
Isso representará 50% no aumento da capacidade de movimentação de cargas, que chegaria a 240,6 milhões de toneladas até 2040. E mais: a criação de 60 mil e 400 novos empregos, beneficiando diretamente os moradores da nossa região.
Por isso, promovi audiência pública para que todos conheçam as opções ponte e túnel, com todas suas implicações no futuro do Porto de Santos e na vida dos habitantes da região.
Lembro que não podemos nos esquecer, por exemplo, do que houve em São Vicente com a histórica, bonita e tombada Ponte Pênsil, inaugurada em maio de 1914 e que cumpriu importante função, tanto para sustentar as tubulações que conduziram os esgotos de Santos para despejo no mar, na Ponta do Itaipu, em Praia Grande, quanto na questão da ligação rodoviária entre a Baixada e Litoral Sul.
Mas, apesar destes méritos, a Ponte Pênsil também congelou o futuro de São Vicente por impedir a passagem de embarcações de maior porte para todo seu estuário navegável, impedindo o desenvolvimento do turismo náutico e de outros investimentos. Ou seja, é apenas um exemplo da importância de decidirmos, hoje, sobre o futuro da nossa região, com reflexos múltiplos, como a empregabilidade das novas gerações.