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Estudo pode mostrar destino do nosso ramal ferroviário

O Brasil cometeu o erro de relegar a importância do transporte ferroviário e agora corre atrás deste prejuízo, tentando implantar ferrovias para escoar a produção, principalmente do setor agrícola.

A maior malha ferroviária do mundo é a dos Estados Unidos, que soma quase 300 mil quilômetros de trilhos e transporta 43% da carga daquele país por este modal. A China também se esforça e já move 37% de sua produção por trilhos.

A campeã mundial de utilização de ferrovias é mesmo a Rússia, que usa os trilhos para transportar mais de 80% de suas cargas.

No Brasil, apenas 15% das cargas seguem por trens. Temos quase 30 mil quilômetros de ferrovias. Mas nem todas estão sendo utilizadas como deveriam.

A Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústria de Base informa, por meio do seu presidente, Venilton Tadini, que o modal ferroviário, além de reduzir o tráfego nas estradas, diminui também a emissão de carbono, entre outras vantagens.

Afinal, cada vagão de carga de trem carrega o equivalente a quatro caminhões. Para perseguirmos estas vantagens contamos com o esforço do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que está concedendo à iniciativa privada várias malhas ferroviárias e incentivando o setor.

Aqui na nossa região, entre Cajati, no Vale do Ribeira, e São Vicente, na Baixada Santista, temos um ramal desativado e que está sendo devolvido pela empresa Rumo ao Governo Federal. A empresa, que deteve a concessão, não o considerou viável economicamente e terá que pagar quase R$ 300 milhões de multa à União por não ter usado os mais de 230 quilômetros de trilhos.

Como a Rumo está focada nas grandes quantidades de carga, principalmente de grãos para exportação, não viu aproveitamento comercial no nosso antigo ramal, que já foi muito importante para o Vale do Ribeira e a Baixada Santista.

Por isso, de minha parte, devo pedir ainda esta semana ao Governo Federal, diretamente ao presidente da República, Jair Bolsonaro, a realização de um Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica para que possamos saber, com precisão, se este ramal não tem mesmo potencial para exploração, seja para cargas ou passageiros.

Tenho conversado com muitos especialistas que acreditam no potencial de uso misto do ramal, com vagões de carga e passageiros, que teriam a função de escoar a produção agrícola e mineral do Vale do Ribeira e ainda servir como transporte de passageiros entre trechos do nosso Litoral, incentivando o turismo e facilitando o deslocamento das pessoas. Assim poderemos saber que destino dar à histórica ferrovia, que remonta aos idos de 1915, e que tantos serviços já prestou à região.

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