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Empregos sob ameaça

Não dá para aceitarmos em silêncio estas atitudes da Usiminas e da Petrobras em demitir e reduzir atividades na nossa região em plena pandemia do novo coronavírus.

A Usiminas quer cortar 900 empregos na siderúrgica de Cubatão, mesmo podendo usar a Medida Provisória 936, que permite a redução de salários para manter os empregos enquanto durar a pandemia.

A Justiça do Trabalho deu liminar, pedida pelo Sindicato dos Metalúrgicos, suspendendo as demissões. Mas a ameaça persiste, uma vez que a Usiminas já afirmou que vai recorrer.

A Petrobras está desativando suas atividades na nossa Região. Não paga mais o transporte do pessoal que mora aqui e trabalha nas plataformas, para se deslocar até Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.

Antes, os voos saíam de Itanhaém. Aos poucos, o pessoal que morava aqui vai se mudando para o Rio. E ainda tem a ameaça de fechar atividades no prédio do Valongo, em Santos, o que colocaria em risco pelo menos 1.000 postos de trabalho.

Não vamos desistir do caminho da negociação na defesa de postos de trabalho e da economia da nossa região.

Como noticiou o Diário do Litoral, apelei ao presidente da República, Jair Bolsonaro, e ao ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, para tentar evitar estas duas ameaças que podem ceifar, no mínimo, 2 mil empregos na Baixada Santista. Alertei que o impacto na região seria enorme.

Não dá para aceitar isso nesta época de pandemia e ainda quando grandes empresas fazem doações e outros gestos para ajudar necessitados e a manter empregos. Nós da Baixada não merecemos esta atitude.

Na nossa história recente, estivemos sempre ao lado da Refinaria da Petrobras, nos bons e maus momentos. Agradecemos pelos empregos gerados que ajudaram gerações e também choramos pelas 93 mortes quando do incêndio da Vila São José, em Cubatão, no dia 24 de fevereiro de 1984.

Também desfrutamos dos bons momentos trabalhando na antiga Cosipa (hoje Usiminas) e enfrentamos os danos ambientais e à saúde dos trabalhadores.

Por tudo isso, estas empresas poderosas, com ações na Bolsa de Valores, devem mostrar um pouco mais de sensibilidade para com a Baixada Santista, principalmente neste momento dramático. E devem demonstrar, também, fé na retomada da economia, quando vão precisar ainda mais destes trabalhadores.

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