Acabo de ser designada para integrar o Grupo de Trabalho, instituído na Câmara dos Deputados, destinado ao estudo sobre o aumento dos casos de suicídio, automutilação e problemas psicológicos entre os jovens brasileiros.
Juntamente com outros parlamentares, teremos prazo inicial de 90 (noventa) dias para concluir os trabalhos e propor medidas para o enfrentamento deste sério problema. O grupo terá a coordenação da deputada Liziane Bayer (PSB-RS) e relatoria da deputada Jaqueline Cassol (PP-RO).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um relatório apontando que, a cada quatro segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo. São cerca de 800 mil casos por ano no planeta, segundo a OMS.
Em nosso país, o Jornal Brasileiro de Psiquiatria publicou um estudo alertando para o aumento da tendência de suicídio entre adolescentes e jovens de 10 a 19 anos.
Este quadro demonstra que a realidade do risco global de mortes por suicídio na juventude obriga a sociedade a buscar medidas que diminuam o avanço deste problema dramático.
Os estudos também indicam que os suicídios podem ser prevenidos. Para isso, temos que adotar estratégias de prevenção efetivas, com ações mais eficazes para evitar o ato suicida, principalmente por meio de programas voltados à educação e à saúde, sobretudo onde a população jovem compõe o grupo de risco.
Não faltam hipóteses sobre as principais causas dos suicídios. Mesmo com os crescentes debates envolvendo profissionais de saúde, pais e educadores, não existe um consenso a respeito.
Nos debates são citados estudos que mostram que, além dos desajustes mentais, distúrbios como depressão, esquizofrenia e transtornos psicóticos, o abuso de drogas e o alcoolismo também representam uma parcela considerável de influência nos casos de suicídio.
Quando se trata dos jovens, não faltam hipóteses citando que filmes e séries possam influenciar, como também as redes sociais, a falta de perspectivas de futuro, conflitos relacionados à orientação sexual, problemas familiares e, sobretudo, a falta de diálogo e de ausência de tratamento especializado.
Uma iniciativa importante e que comprova a necessidade do diálogo foi noticiada pela jornalista Luana Chaves, do G1, ao revelar história do adolescente Marcos Martinz, de Mongaguá, que foi diagnosticado com depressão aos 16 anos e escreveu o livro “Até que a morte nos ampare”, que trata da ansiedade e prevenção ao suicídio.
O desafio é enorme. O primeiro passo é falar a respeito de um tema que ainda parece um tabu. Vamos ouvir especialistas e tentar chegar a medidas de consenso que possam ajudar no enfrentamento deste drama mundial que também afeta nosso País.