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Caiçaras precisam de ajuda

Tenho certeza de que a maior parte das pessoas que me acompanham curte umas boas andanças pelo litoral paulista e brasileiro. Da mesma forma sei que, nestas constantes descobertas, muitos conviveram com o chamado povo caiçara. São aquelas comunidades instaladas à beira-mar desde o tempo do descobrimento, que vivem diretamente da pesca e da lavoura de subsistência e hoje em dia também do turismo.

É uma delícia aprender sobre o mar e a Mata Atlântica com estes caiçaras, que também dão lições sobre a nossa história, com histórias transmitidas oralmente pelos seus ancestrais. É, sem dúvida, um povo rico em conhecimento e cultura por conta da sua perfeita interação com o mar e com a natureza em geral.

Agora, nestes tempos de pandemia, os caiçaras estão passando dificuldades. Como muitos vivem da pesca, uma atividade que nem sempre produz os melhores resultados, pois depende dos humores do mar e também da presença inconstante dos peixes, os caiçaras chegam a passar períodos de privações e necessidades.

E não são poucas as comunidades caiçaras que vivem isoladas, algumas em ilhas, cujo acesso depende das condições de navegabilidade. Ou seja, os caiçaras são um grupo especial, que neste momento de pandemia ficaram sujeitos a dificuldades ainda maiores.

Por isso, pedi ao Ministério da Saúde a inclusão das comunidades tradicionais caiçaras no grupo da população considerada prioritária no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19.

A vacinação, corretamente, tem priorizado os trabalhadores da saúde, dos setores essenciais, os idosos, os indígenas e quilombolas. Mas entendo necessária a inclusão das comunidades de pescadores, conhecidas no Litoral do Sudeste, como caiçaras, neste primeiro momento da vacinação.

Os caiçaras que habitam locais de difícil acesso, e agora mais vazios por conta das restrições ao turismo, chegam mesmo a enfrentar a fome, apresentando quadros de subnutrição que os tornam mais vulneráveis à Covid-19 por conta da baixa imunidade.

No Litoral de São Paulo temos núcleos caiçaras nos municípios de Iguape, Cananéia, na Ilha do Cardoso, na Ilha do Montão de Trigo, entre outras. Há caiçaras que vivem de subsistência em recantos no litoral fluminense, como a Ponta da Juatinga, além de ilhas em Paraty e praias de difícil acesso na Ilha Grande. Estes grupos de pescadores também estão presentes no litoral do Norte e Nordeste do País.

Solicitei ao Ministério da Agricultura, por meio da sua Secretaria Nacional da Pesca, que identifique estas comunidades e encaminhe as informações ao Ministério da Saúde para que os grupos de pescadores mais isolados e carentes possam ser incluídos como prioritários neste momento inicial da vacinação contra a Covid-19.

Precisamos defender estas pessoas, que representam importante patrimônio cultural e afetivo do litoral brasileiro.

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