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Baixada não fez a lição de casa

Nossos pais, professores e amigos sempre nos ensinaram que devemos nos preparar para a vida, estudar, planejar o futuro. Todo mundo sabe disso. Mas nem sempre consegue fazer.

Na gestão pública é a mesma coisa. É preciso planejar, se preparar, fazer as coisas com antecedência para se preparar para os tempos difíceis, como quem mora nos países frios e armazena comida para os invernos gelados e com escassez de alimentos.

Está claro que não fizemos a lição de casa na questão da saúde, como em tantas outras. Desde que entrei no jornalismo, onde atuei por 25 anos, as matérias informavam sempre que na Baixada Santista, como em outras regiões, não havia o número mínimo de leitos hospitalares recomendados pela Organização Mundial de Saúde, a OMS.

Não nos preparamos mesmo. Chegou a pandemia e pagamos hoje o preço por não termos investido o suficiente em saúde pública.

As provas disso estão por toda parte. Agora mesmo temos, na nossa região, quatro unidades de saúde que comportariam 194 leitos e não foram concluídas ou equipadas.

A população regional cobra a conclusão das obras do novo Hospital de Bertioga, do novo hospital de Peruíbe e do custeio dos novos prontos-socorros do Jardim Rio Branco e da Linha Vermelha, em São Vicente.

Pedi ao Governo do Estado o repasse dos recursos prometidos para que sejam concluídos os hospitais de Bertioga e Peruíbe e equipados os dois prontos-socorros novos de São Vicente.

O Hospital de Bertioga, cujas obras começaram em 2015, teria 62 leitos, quatro salas de cirurgia, sendo 10 leitos de UTI adulto. Foi erguido em área de 3 mil metros quadrados, com quatro andares.

As obras já consumiram R$ 8 milhões do Estado e R$ 500 mil da Prefeitura. Mas sem o repasse prometido de R$ 11 milhões, o Município não pode dar continuidade aos trabalhos e concluir o hospital.

O Hospital de Peruíbe, em área de 4.183 metros quadrados, teria 58 leitos e faria parte do chamado Quarteirão da Saúde, pois ao lado da obra inacabada estão o Ambulatório Médico de Especialidades (AME) e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA).

As obras já consumiram R$ 4 milhões, inicialmente repassados pelo Estado. Faltam R$ 18 milhões, que já foram prometidos em diversas ocasiões pelo Governo do Estado, que informa não ter verbas agora por causa dos gastos com a pandemia.

Em São Vicente, a Prefeitura construiu dois prontos-socorros. Um deles fica no Jardim Rio Branco, e comportaria 25 leitos, na Avenida Ulisses Guimarães. Outro está na Linha Vermelha, em área de 3.200 metros quadrados, com capacidade para 49 leitos.

O prefeito de São Vicente, Kayo Amado, quer equipar as unidades para colocá-las em funcionamento. Mas não tem recursos. Pediu ajuda ao Governo do Estado, que solicitou a documentação relativa ao PS da Linha Vermelha.

Como vimos, são quatro unidades de grande porte que ajudariam a região a enfrentar a pandemia, a salvar vidas, e ainda teriam o papel de tirar a região de fases restritivas, que afetam a economia, ceifando empregos e levando famílias a passar fome. Temos que aprender com esta dura lição. Não podemos mais deixar de investir e nos preparar para o futuro.

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