Em uma época de pandemia, quando a fome é uma realidade cruel no Brasil, uma ameaça ao cultivo da banana pode significar um problema sem precedentes aos brasileiros.
Afinal, a banana ajuda a matar a fome de muita gente no Brasil.
A ameaça é o fungo conhecido popularmente como Mal do Panamá, R4T, que mata bananeiras e pode ameaçar a produção dos bananicultores do País.
O fungo ameaça também o Vale do Ribeira, região responsável pelo abastecimento de 80% da fruta no Estado de São Paulo.
Fui alertada por agricultores meus amigos do Vale do Ribeira que o fungo, que dizimou plantações na Ásia e África, chegou à Colômbia e agora ao Peru, perto da nossa fronteira.
Nos preocupa a iminente chegada deste fungo, classificado cientificamente como Fusarium oxysporum f. sp. Cubense raça 4 Tropical-Foc R4Tl.
O plantio de banana no Brasil é de 500 mil hectares. No Estado de São Paulo, 7 mil produtores são responsáveis por 50 mil hectares. Na região do Vale do Ribeira, 4 mil produtores plantam banana em 30 mil hectares. Este representa 80% do PIB da região.
Ou seja, estou falando de alimento, renda e empregos garantidos pela banana.
Por isso pedi à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, informações sobre a iminente chegada do fungo, e que providências já podem ser tomadas diante da ameaça.
Precisamos reforçar a vigilância sanitária nas fronteiras, informar preventivamente os agricultores e buscar ajuda na Embrapa, que faz estudos para desenvolver uma variedade de bananeira resistente ao fungo.
Pedi informações sobre a resistência e susceptibilidade ao fungo das variedades presentes no Brasil. Precisamos conhecer a capacidade de vigilância e efetividade de barreiras fitossanitárias, bem como os avanços e iniciativas em pesquisa e desenvolvimento para evitar a entrada desse fungo no país e combatê-lo, caso as medidas sanitárias não consigam evitar a chegada.
Não há cura para a doença, que já foi alvo de alerta fitossanitário da FAO (Fundação da ONU para a Alimentação e Agricultura).
Diante da gravidade da situação, solicitei que medidas urgentes sejam tomadas para evitar que essa doença se alastre pelo país, causando prejuízos aos produtores e desestabilizando a cadeia produtiva, gerando desemprego e fome.