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Voto é secreto e vem da alma

Os mais de 30 países que visitei, as diferentes culturas que conheci, as milhares de histórias que contei, ao longo da carreira de jornalista, me fizeram compreender melhor o mundo.

Quando, há três anos, me lancei no desafio de participar da política nacional e de representar os brasileiros, acreditei que estivesse preparada. Confiei em meus 25 anos de experiência, vendo o melhor e o pior da sociedade. Calejada para encarar qualquer tipo de problema e qualquer tipo de gente.

De fato, aprendi logo a dinâmica do legislativo federal. Não me acovardei com as tentativas de intimidação. Voto defendendo o que considero justo, mesmo que alguns não concordem. Encarei também políticos oportunistas, que apelam para ideologias só quando lhes convém. Abracei todas as lutas do litoral de São Paulo e Vale do Ribeira, regiões que me elegeram.

Sou aguerrida com minha equipe de trabalho e mantenho todos comprometidos com o que acredito ser a essência da política: promover transformações na sociedade. Pode ser uma ponte, um conjunto habitacional, um aeroporto, uma escola, o objetivo é sempre melhorar a vida das pessoas.

Há um terceiro ponto, porém, para o qual, confesso, tenho muita dificuldade de assimilar: lidar com o tipo de gente que, infelizmente, ainda domina o cenário político em todos os níveis. Uma concentração de pessoas alucinadas pelo poder, invejosas, falsas e sem palavra. Um ambiente nocivo, poluído por líderes sem escrúpulos que manipulam a opinião pública e perpetuam o jogo viciado que mantêm eleitos os que não têm compromissos com a boa política.

A população, às vezes, não se dá conta de que esse ‘mecanismo’ é alimentado por uma parte da sociedade que, na teoria, abomina esse sistema e, na prática, ajuda a manter. É preciso refletir que a corrupção, as negociatas, as trocas de favor NÃO são exclusividade dos eleitos. Ainda há pessoas, infelizmente, que enxergam o processo eleitoral como uma chance de conseguir resolver sua ‘necessidade’ imediata. Veja só: estamos no período que antecede a campanha de 2022 e este tipo de monstro famigerado do oportunismo já está à solta, comprando e exigindo lealdade. É desse jeito que a tal ‘máquina’ aumenta sua teia de dependentes.

Pessoas de todas as profissões, que exercem algum tipo de liderança e influência são assediadas nesse processo de compra de consciências. Os que cedem e compactuam com o esquema pouco se importam com o trabalho que o político fez ou entregou. Estão à procura do gesto e do benefício particular.

Na disputa contra esse poder econômico, tenho desvantagem, pois não participo desse jogo. Em 2018, pulei um muro alto e fui eleita com os votos daqueles que queriam alguém fora do sistema, diferente.

Mais uma vez, confio nas pessoas que não compactuam com a hipocrisia. Nas que têm consciência de que não é possível exigir honestidade, enquanto as motivações para o apoio a esse ou aquele candidato forem favores, presentes, cargos e promessas de emprego que nem sempre serão cumpridas.

O voto foi um direito extremamente importante, conquistado por nós. É, sem dúvida, o maior e o melhor meio para mudarmos essa realidade. Precisamos nos despir dos interesses individuais e priorizar o coletivo, o todo. Não adianta esperar por uma nova forma de fazer política, se não refletirmos e não convencermos aqueles que ainda se rendem diante de favores. O voto é secreto e precisa ser também com a alma!

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