Foi muito bom comemorar os 476 anos de aniversário da nossa Santos, uma Cidade que traz na alma a marca da liberdade e da independência de pensamento. E por falar neste espírito livre lembro que, este ano, no 7 de setembro, vamos comemorar os 200 anos de independência do Brasil e do patrono desta histórica conquista, o santista José Bonifácio de Andrada e Silva.
Por isso, cobrei do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan, o tombamento do Panteão dos Andradas. Processo nesse sentido foi aberto, a meu pedido, pelo Iphan, em junho do ano passado.
Também apresentei indicação para que a Capital Federal seja simbolicamente transferida para Santos por um dia, durante as comemorações, em homenagem a José Bonifácio.
Solicitei ainda ao Congresso Nacional uma sessão solene para celebração da data, em Santos, com remanejamento de recursos de emendas já designadas para a Secretaria de Cultura de Santos. Estas e outras providências já foram detalhadas à Fundação Arquivo e Memória de Santos (FAMS).
Tudo para valorizar nosso Patriarca da Independência, nascido em Santos, a 13 de junho de 1763. José Bonifácio foi também abolicionista, defensor dos índios, naturalista e poeta. Seu maior feito, que lhe rendeu o título oficial de Patrono da Independência, foi ter atuado de forma decisiva para a Independência do Brasil.
Foi ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros, de janeiro de 1822 a julho de 1823, e apoiou a regência de D. Pedro de Alcântara. Proclamada a Independência, comandou uma política centralizadora e organizou a ação militar contra os focos de resistência à separação de Portugal.
Além de sua atuação política, teve uma destacada carreira como naturalista, notadamente no campo da mineralogia, tendo recebido reconhecimento internacional ainda em vida. Descobriu quatro minerais, incluindo a petalita, que mais tarde permitiria a descoberta do elemento lítio, e a andradita, batizada em sua homenagem.
De personalidade forte, José Bonifácio rompeu com seus irmãos, Martim Francisco e Antônio Carlos e também com o já imperador Pedro I. Acabou sendo demitido e passou à oposição.
Após o fechamento da Constituinte, em 11 de novembro de 1823, José Bonifácio foi banido e se exilou na França por seis anos. De volta ao Brasil e reconciliado com o imperador, quando de sua abdicação, em 1831, assumiu a tutoria de seu filho. Permaneceu como tutor do futuro Pedro II até 1833, até sair do governo por novas divergências.
Que inspiração! Não importava em que posto estivesse, José Bonifácio nunca abriu mão das suas convicções.