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Santos de todos nós!

Encontrei a lista de bordo do navio há pouco tempo, na internet. O material, digitalizado, é parte do acervo do Museu do Imigrante, de São Paulo.

O ano era 1939, o Vapor San Martin desembarcou no Porto de Santos, no dia 23 de fevereiro. Vinte e um dias de navegação, desde a partida da Ilha da Madeira, em Portugal. Imagino quantos pensamentos passaram na cabeça daquela passageira, durante a viagem. Será que viver no além-mar seria realmente melhor? Conseguiria se adaptar?

A viúva Felisbella Paulino tinha 37 anos. Deixou sua terra natal com as três filhas, uma ainda de colo. Veio com carta de chamada do noivo, no Brasil.

Ele a esperaria no cais. Havia deixado Portugal muitos anos antes. Veio com a roupa do corpo. Em pouco tempo, conseguiu um trabalho no porto. Comprou uma casinha no morro e, nas correspondências, prometia para a noiva que a vida em Santos seria promissora e feliz.

Os dois se conheciam da infância. Nasceram em Ribeira da Janela. Reencontraram-se naquele verão de 1939, casaram e foram viver no Fontana. Um ano depois, meu pai nasceu. Santista, filho de portugueses da Ilha da Madeira.

A história dos meus avós é mais uma, como a de tantas outras famílias de imigrantes que foram acolhidas na cidade de Santos.

Entre o fim do século 19 e a primeira metade do século 20, a cidade de Santos, em franco desenvolvimento, por conta do setor cafeeiro, impulsionava o Estado de São Paulo.

Nesse período, entre dois e três milhões de pessoas, entraram no Brasil pelo cais santista, atraídas por novas chances de trabalho. Santos, tornou-se a principal porta de entrada de imigrantes no País.

Os que aqui ficaram, ajudaram a transformar a Cidade e a formar, ao longo do tempo, a população de Santos que vemos nos dias de hoje, junto com milhares de migrantes vindos de várias regiões do Brasil.

Somos 432 mil santistas (Censo 2018), muitos desses, descendentes de nordestinos, mineiros, portugueses, espanhóis, italianos, japoneses, alemães, árabes.

Desde sua fundação oficial por Braz Cubas, um dos homens da esquadra de Martim Afonso de Sousa, fundador da Vila de São Vicente, Santos tem sido acolhedora, multicultural, berço de muita gente ilustre, que ajudou a construir o País, como José Bonifácio de Andrade e Silva, entre tantos.

E é por isso que, como santista de nascimento e coração, sinto muito orgulho de representar a cidade no Congresso. Todos os dias me esforço para ser uma santista à altura dos anseios da minha querida cidade.

Meus avós, que vieram para cá, cheios de esperança, por certo se orgulhariam se tivessem acompanhado minha trajetória, como meu pai. Busco o mesmo sentimento de todos os santistas.

Meus parabéns a Santos, que é minha, de você, e de todos nós.

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