A deputada federal Rosana Valle (PL-SP) apresentou nesta 6ª feira (13/10) uma indicação para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reconheça oficialmente o Hamas como terrorista. A proposta também prevê que o chefe do Executivo intervenha junto ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), para que a mesma classificação seja adotada pela entidade. Até o momento, o conflito instaurado pelo grupo radical islâmico matou quase 3 mil pessoas, sendo a maior parte palestinos.
Ainda nesta 6ª feira, o Itamaraty confirmou a morte da terceira brasileira na guerra. Karla Stelzer estava desaparecida desde que participou de um festival de música eletrônica organizado próximo à Faixa de Gaza, no sábado (7/10).
Primeira-secretária do Grupo de Amizade Brasil / Israel do Congresso Nacional, Rosana acredita que o Estado brasileiro precisa se posicionar de forma oficial e com mais veemência no que tange à classificação de Hamas como terrorista. O movimento islamista de orientação sunita está em conflito com Israel há sete dias:
“Ao longo dos anos, o Hamas se envolveu em diversas ações que causaram a morte de civis e de militares, tanto em território palestino quanto em solo israelense, utilizando-se de táticas que se alinham àquelas empregadas por organizações terroristas reconhecidas internacionalmente”.
E, continua: “A recente incursão em Israel, onde centenas de vidas foram perdidas e reféns foram tomados, é um testemunho da escalada de violência e da ameaça que o Hamas representa para a paz e para a estabilidade no mundo”, argumenta Rosana, que também preside a Executiva Estadual do PL Mulher de São Paulo.
A indicação da deputada federal ao presidente da República ainda prevê a intervenção de Lula junto ao Conselho de Segurança da ONU, para que o Hamas também seja classificado como organização terrorista pela entidade.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, comanda nesta 6ª feira, em Nova York, uma reunião do colegiado para tratar sobre a situação humanitária na Faixa de Gaza, ameaças à Segurança e à paz mundial, e quanto aos desdobramentos do conflito no Oriente Médio. Na 4ª feira (11/10), Lula fez um apelo ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e à comunidade internacional, em defesa das crianças palestinas e israelenses. Para Rosana, no entanto, falta um posicionamento mais firme da Nação brasileira quanto ao que representa o Hamas:
“A classificação do Hamas como grupo terrorista por parte do Brasil e da ONU não apenas reforçará a posição do nosso País como defensor da paz e da Justiça internacional, como, também, enviará uma mensagem clara para o mundo de que atos de violência e de terrorismo não serão tolerados”, complementa Rosana.
O conflito
O Hamas lançou um ataque sem precedentes contra Israel em 7/10 (sábado). As forças israelenses responderam com bombardeios em alvos na Faixa de Gaza. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou guerra ao Hamas no dia seguinte (8/10 - domingo) e falou em destruir o movimento extremista.