Notícias

- 3 min para ler

Querem transformar discurso em crime e opinião em golpe”, diz Rosana Valle sobre Bolsonaro se tornar réu

A deputada federal Rosana Valle (PL-SP) criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) quanto ao julgamento que tornou Jair Bolsonaro (PL) réu pelos atos de 8 de janeiro. Em vídeo enviado a aliados, a congressista defendeu o ex-presidente da República e alertou para uma “criminalização da divergência”: “Querem transformar discurso em crime e opinião em golpe”, afiançou a parlamentar. 

Em julgamento realizado nesta semana, a Primeira Turma do STF aceitou a denúncia contra Bolsonaro e outros sete ex-integrantes do governo do liberal, incluindo três generais do Exército. Eles fariam parte do que a Procuradoria-Geral da República (PGR) denomina de "núcleo crucial de uma trama golpista” contra a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nas eleições de 2022, o que, para Rosana não faz o menor sentido: 

“Estou estarrecida. O que estão fazendo não é Justiça; é perseguição clara. Querem transformar discurso em crime, opinião em golpe. Não precisa ser advogado para entender que este julgamento fere os princípios mais básicos da Constituição Federal. Um juíz não pode ser ao mesmo tempo vítima, acusador e julgador”, criticou a deputada, fazendo alusão a Alexandre de Moraes, relator do caso. 

Durante o julgamento, o ministro da Alta Corte defendeu que houve no Brasil “tentativa de golpe de Estado violentíssimo, com fogo e destruição ao patrimônio público” e classificou o 8 de janeiro como "guerra campal", o que Rosana refuta veementemente: 

“Não teve arma, não teve ação organizada. Bolsonaro nem no Brasil estava em 8 de janeiro e, ainda assim, se tornou réu. Estamos vivendo tempos difíceis e perigosos. Mesmo quem não gosta do Bolsonaro deveria se preocupar. Porque, amanhã, a vítima pode ser qualquer um que ouse pensar diferente”. 

A parlamentar também não poupa críticas aos demais ministros que decidiram tornar o ex-presidente da República e, hoje, presidente de Honra do PL réu no processo do 8 de janeiro. Assim como Moraes, Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia, além do presidente da Primeira Turma da Alta Corte, Cristiano Zanin, votaram pela aceitação da denúncia: 

“Agora, no Brasil, querem criminalizar a divergência. Se divergência vira crime, ninguém está mais seguro no País. E tem mais: em meio aos presos do 8 de janeiro, tem uma mãe de duas crianças, sem atencedentes criminais, detida há dois anos, sendo que pode ficar mais 12 anos na cadeia”, reforçou, indignada, a congressista, que a favor da anistia. 

Rosana se refere à cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, reconhecida pelo STF por vandalizar o monumento A Justiça, em frente à sede da Corte, com batom, em 8 de janeiro. Na segunda-feira (24/3), Fux pediu vista e paralisou o julgamento da mulher. Moraes e Dino já votaram para que ela seja condenada a 14 anos de prisão em regime inicial fechado. 

Por fim, no vídeo enviado a aliados, a deputada federal, que cumpre o segundo mandato em Brasília-DF e preside o PL Mulher no estado de São Paulo, adiantou que estará na manifestação que Bolsonaro organiza para o próximo dia 6, na avenida Paulista:

“Em 6 de abril, vou estar na Paulista, pedindo por Justiça e pela anistia aos presos políticos. A hora de falar é agora! O silêncio favorece quem quer calar os outros”. 

Posts recentes

Rosana Valle participa de evento do PL com Bolsonaro para discutir as eleições de 2024

Deputada federal e presidente do Diretório do PL Mulher do...

Ler mais

Deputada propõe uso de lacres e de chips rastreáveis em bagagens despachadas em aeroportos

Projeto de lei de autoria da congressista do PL-SP prevê,...

Ler mais

Rosana Valle empossará responsáveis por diretórios femininos na Baixada em junho

A presidente do PL Mulher no estado de São Paulo,...

Ler mais