
As pesquisas foram iniciadas em 2021 com recursos destinados pela deputada federal Rosana Valle, que conseguiu R$ 3 milhões junto a bancada paulista de deputados federais.
Rosana Valle atendeu a um pedido da Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira (ABAVAR), alarmados com a possibilidade que a doença chegue ao Brasil e atinja os bananais da região, responsáveis por 70% da produção da fruta no Estado de São Paulo.
Hoje o fungo Fusarium R4T é encontrado em 17 países e já chegou na América do Sul, especialmente na Colômbia, Peru e Venezuela, que fazem fronteira com o Brasil. O fungo se desenvolve no solo através do uso de ferramentas contaminadas, mudas de banana e plantas hospedeiras.
A Embrapa afirmou que as duas variedades de mudas imunes ao Fusarium R4T foram testadas com sucesso em áreas infectadas na Colômbia. As cultivares BRS Princesa e BRS Platina, são comprovadamente resistentes ao fungo e poderão servir como barreiras naturais contra a disseminação da doença, não só no Brasil, mas também em escala global.
Segundo a Embrapa, o sucesso da pesquisa, em parceria com a Associação de Bananicultores da Colômbia, usando biotecnologia genética e prevenção, mostrou que o Brasil pode proteger sua produção e contribuir para a sustentabilidade da bananicultura do mundo. O trabalho continua com o desenvolvimento de mais uma espécie imune ao fungo.
Isso vai assegurar a produção brasileira, evitando prejuízos incalculáveis. “O Vale do Ribeira é o maior pólo de produção de bananas no estado de São Paulo. Se essa praga chegar à região, podemos ter uma tragédia econômica e social para milhares de famílias que vivem da bananicultura. Conseguimos unir forças para apoiar a ciência brasileira e proteger os nossos produtores, garantindo também que o Brasil seja referência mundial no combate a essa ameaça”, afirmou a deputada Rosana Valle.
Para o presidente da Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira (Abavar), Augusto Aranha, a notícia vem como um alívio para os agricultores da região. “No caso de uma possível chegada da R4T, talvez o Vale seja a região mais vulnerável do País, por conta da BR 116 que cruza toda a área e porque cursos d'água poderiam se tornar veículos de disseminação.”, afirma.
O diretor da Abavar, Silvio Romão, destacou o trabalho da deputada Rosana Valle e da Bancada Paulista de deputados, que financiou a pesquisa. “Não tem, no histórico da bananicultura, um político, que tenha feito algo de tal alcance, de tal calibre, pra bananicultura. A deputada está na memória dos bananicultores e a gente quer repercutir isso fortemente. Esse dinheiro para pesquisa da Embrapa, coloca o Brasil nos grandes players de pesquisa do mundo.”, conclui Romão.